Polícia

'Achei que fosse morrer', diz piloto de helicóptero no Rio

https://youtu.be/78GGZGevb88
Imagens circularam em aplicativos de mensagens. Vídeo: Redes Sociais

Imagens que circularam em aplicativos de mensagens, na tarde deste domingo (19), parecem cenas de filme, mas aconteceram no Rio. Um piloto entrou em luta corporal com criminosos para evitar obedecer a ordem de realizar um pouso no Complexo Penitenciário de Bangu. Após retomar controle da aeronave, ele consegue pousar em uma área de mata em Niterói e os bandidos fogem.

Quem comandava a aeronave era Adonis Lopes, que também é piloto da Polícia Civil. Ele foi rendido por criminosos ao decolar de Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio. Em entrevista para a Rede Globo, o piloto contou que assim que levantou voo, os dois tripulantes anunciaram o sequestro e um deles estava armado com uma pistola. Na tentativa de evitar o pouso no presídio, conforme mandado pelos criminosos, a vítima levou a aeronave para o Batalhão de Bangu (14º BPM), que fica ao lado do complexo penitenciário. 

Durante a entrevista, Adonis contou que os criminosos abriram uma bolsa e pegaram dois fuzis. Ele disse que teve 30 minutos para tomar uma decisão e pensar no que ia fazer. 

"Eu consegui pensar na decisão que eu iria tomar quando chegasse o momento. Uma coisa é certa: para o presídio eu não iria de jeito nenhum. Eu pensava no que iria fazer para ter um resultado positivo. Eu conheço bem a área e em um momento decisivo eu resolvi que ia jogar o helicóptero ali no campo do batalhão", contou. 

Adonis disse também que chegou a pensar que aquele fosse o último voo que faria. 

"Já houve caso no Rio de Janeiro em que criminosos tentaram resgatar um bandido em um presídio no Centro e o helicóptero foi todo metralhado e infelizmente o piloto faleceu. Então muita coisa que passou pela minha cabeça. Quem viu as imagens e achou que eram manobras, na verdade era a hora que eu estava tentando desarmar um dos criminosos que chegou a pegar o controle da aeronave. Nesse momento eu pensei que a gente fosse colidir e comecei a avisar a eles. E foi então que eles desistiram e eu assumi o controle do voo. Eles ficaram confusos e atônitos, e em seguida me pediram para levá-los para Niterói. No percurso fui falando com eles que a gente ia morrer e que não iria dar certo. Cheguei a pensar que eles fossem me matar após o pouso do helicóptero", destacou o piloto que atua há mais de 30 anos na Polícia Civil. 

Em nota, a Polícia Civil afirmou que a aeronave pousou no Grupamento de Aeromóvel (GAM) da Polícia Militar, no Centro de Niterói, e que foram realizadas buscas na região para localizar a dupla. O caso foi registrado na Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), onde o caso será investigado para identificar e prender os acusados, além de esclarecer todos os fatos.

Sobre a tentativa de resgate, a Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP) disse que o setor operacional da pasta não apontou nenhuma movimentação atípica nas unidades prisionais do Complexo de Gericinó. A nota disse também que "todas as unidades possuem equipes de segurança prontas para intervir em caso de alguma tentativa de fuga ou de invasão". 

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